sexta-feira, 23 de março de 2012

Retornando às origens

Bom, para quem não me conhece, em abril de 2011 fiz o meu primeiro 'mochilão' pela Europa. Foram 69 dias, 5 países, 30 cidades e um catatau de culturas e sabores que conheci, de línguas que ouvi e falei e de experiências mil vividas. Em Portugal, Itália e até Madri, tive a companhia da minha jovem mãe, aventureira e marinheira de primeira viagens extrangeiras. Depois disso, fiz Andaluzia, Barcelona e França sozinhas, e terminei em Londres, onde fique hospedade na casa do meu primo Daniel. Acredito que foi uma das melhores experiências da minha vida e que, espero, possa repetir muitas e muitas outras vezes em breve! Este blog foi criado para contar sobre as coisas boas de viajar (um pé na estrada), depois que voltei de uma maravilhosa viagem pela Patagônia Argentina com minha grande amiga Tati, e sobre as delícias de ficar em casa curtindo os gatos. Mas como está completando quase um ano da partida pro Velho Mundo, e já se passarem quatro (!!!) desde que conheci a terra dos hermanos, achei que estava mais do que na hora (E MINHA OBRIGAÇÃO MORAL!) de começar a escrever sobre isso, o quanto antes! Então, vou tentar fazer isso por partes, um pouquinho sobre cada canto, intercalando com um pouquinho sobre os bicho (afinal, esse também é um blog 'um pé em casa', curtindo bigodes!!!), e tentar corrigir esse meu lapso até o final do mês de abril, ok?! PROMESSA!! Pra começar, aqui vai um 'apanhadão' sobre a terrinha lusitana, minha porta de entrada no velho continente.

Portugal é, sem duvida nenhuma, o melhor país de entrada para nós, brasileiros, na Europa: todos são receptivos, a barreira da língua é mínima e comemos e bebemos muuuuuito bem pagando muuuuuuuito pouco! :-)Lisboa é super bacana: lembra um pouco o Rio e Salvador limpos e mais seguros! O nosso hotel fica pertíssimo da Praça do Rossio, na Baixa, o bairro que foi reconstruído pelo Marques de Pombal depois do terremoto+maremoto+incêndio que devastou parte de Lisboa. Passear por essa praça, pela Restauradores, pela Rua das Portas (onde tem um restaurante ó-t-e-m-o que serve a melhor massa com camarões que comi na vida), pela Rua Augusta e a Praça do Comércio são programas BBG: bom, bonito e grátis! Além disso, a segurança é algo mágico: íamos e voltávamos do Bairro Alto, altas horas, sem problema! Ficamos 6 dias em Lisboa, sendo que 3 foram para conhecar as redondesas, e no fim das contas achei pouco: pelo menos, é um pretexto para voltar! No primeiro dia, depois que me recuperei da ressaca da primeira noite (noite de véspera sem dormir, trabalhando + ansiedade + euforia da chegada andando muuuuito + vinho depois das 23h = ressaca na manhã seguinte!), fomos conhecer os monumentos de Belém. O Mosteiro dos Jeronimos é uma das coisa mais maravilhosas que já tinha visto (até então, né, porque a viagem tava só começando!): toda aquela arquitetura gótica tardia e decoração manuelita foi o começo das minhas recordações das aulas de História de Arte da Maria Elisia. É onde estão enterrados Vasco da Gama e Camões e, ainda por cima, onde ouvimos o órgão da igreja: inesquecível! Os demais monumentos de Belém também são imperdíveis, com destaque para a Torre de Belém e o Monumento aos Descobrimentos, este último um "jovem" de pouco mais de 50 anos. Claro que também fomos conhecer a famosa fábrica dos também famosos pastéis de Belém, gostosinhos, mas que não fizeram tanto sucesso comigo (preferi as queijadinhas!!!)



O Bairro Alto e o Chiado são tão colados que não sei onde um temina e o outro começa, mas ambos são deliciosos para flanar e se perder. Você pode acessá-los pela ladeira do Carmo ou pelo elevador Santa Justa, que, sinceramente, é programa pra turista: caro (para um elevador, que fique claro!) com fila, as vezes, demorada. Além disso, a plataforma superior, de onde dá pra tirar umas fotos legais, pode ser acessada pela lateral da Igreja do Carmos, que, alias, merece uma visita: destruída pelo terremoto de 1755, hoje funciona como um museu arqueológico a céu aberto: uma delícia, principalmente num dia ensolarado! No Bairro Alto (ou Chiado, sei lá), também se encontra o Café A Brasileira, onde você poderá tirar aquela foto cláááássica abraçando a estátua do Fernando Pessoa. A noite daqui também é famosa, mas meio 'bobódromo'. Entretanto, vale a pena conferir para ver os lisboetas misturados aos estrangeiros e pingar de bar em bar tomando ginjinha, o licor local: uma d-i-l-i-ç-a!!! O fado também é bom, mas meio espetáculo para turista: gostei mais do fado de Coimbra, que vimos dentro de uma capela do séc. XIV e tem um ar mais jovial. (PS: dizem que na Alfama o fado é mais autêntica... fica a deixa pra conferir uma próxima vez!)



Por fim, dedique pelo menos 1 dia ao Castelo São Jorge, à Catedral da Sé, à Feira da Ladra, ao Panteão, ao Mosteiro de São Vicente de Fora, ou simplesmente passeie pelas ruas tortuosas e estreitas da Alfama, um dos bairros mais antigos de Lisboa. Dica: suba de bonde direto para o Castelo e vá percorrendo o bairro a pé, que descendo, todo santo ajuda!



2 dias fora da capital foram para visitar lugares que vão ficar pra sempre na minha memória: Sintra*, com seu ar de cidade serrana, seus castelos e mansões IMPRESSIONANTES; e Évora, cercada por muralhas medievais, construções de pedra e ruínas romanas de quase 2mil anos! O terceiro dia fora de Lisboa foi dedicado a conhecer 4 lugares/programas: Tomar, medieval e sede do magnifico Mosteiro da Órdem dos Cavaleiros Templários, fundado no século XIII; a magnífica catedral gótica (e altíssima) de Batalha, construída para celebrar a vitória de Portugal sobre os espanhóis na Batalha de Aljubarrota, no séc. XIV; o santuário de Fátima, porque mamãe bateu o pé para pararmos (grata surpresa... imagina só como será a minha reação na Praça São Pedro, no Vaticano...!) e, por fim, Óbidos, cidadela medieval no topo de um morrinho onde, infelizmente, chegamos já tarde e só deu pra bater uma perninha pela ruas desertas e sombrias: fiquei com vontade de quero mais! Ah, as estradas em Portugal são ótimas e viajar de carro é uma maravilha... Recomendo!!!





PS: a noite que escrevi este post estava 'nebulosa', embaçada pelas nuvens baixas... igual à noite da partida, há um ano atrás!

* Em Sintra, além dos já famosos Castelos de Sintra e da Pena, não deixe de ir à Quinta da Regaleira. Ou melhor, dedique pelo menos umas 3 horas passeando pelos belos jardins, se perdendo pelos tuneis subterrâneos (sim, leve lanterna!) e curtindo aquela arquitetura maravilhosa da mansão, que está meio descuidada por fora, mas que é um primor por dentro!

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